A cada vez que repito essa história, um novo ponto de vista surge em minha mente, questionando se, afinal, eu quem fui o antagonista.
Recordo-me totalmente de como essa garota era aos 9 anos de idade (período inesquecível no qual pude vê-la, ou revê-la): pequena, agitada, curiosa com tudo o que via; a descrição clichê de uma criança.
Contudo... parecia-me familiar. Talvez, em uma vida passada, ela tenha sido minha filha, sobrinha, ou, em uma visão mais conturbada, esposa; mas isso, de forma alguma, interfere em nossa "atual, antiga, atual" relação.
Sempre a observei, por mais que não dormíssemos no mesmo quarto. Mesmo que meus olhares se resumissem a relances, conseguia processar muitas informações, concluindo que: era "a única". A única que conseguiria aguentar todas as etapas para a realização de nossa utopia, antes nunca citada em livros ou novelas, e também que representaria uma de nossas sub-classes, da qual eu gosto de referir como "Tito".
Tudo o que planejo para o seu futuro assemelha-se a um desejo de mãe pela proteção de um filho. Esse meu afeto obsessivo consegue ultrapassar o que eu sentia por meu pai antes de afastar-se da gente. E isso foi só com o olhar. Puro processamento. E, claro... Um aperto de mão.Все права защищены