Harry James Potter estava entediado. Não bastasse as mais de quarenta vezes que reviveu em diversos momentos da história, unido ao fato de que nos últimos três séculos vinha habitando o limbo sem notícias de fora - exceto pelas almas com quem batia um papo vez ou outra -, ele ainda tinha que aguentar Morte sendo mais esquisita que o normal. Na verdade, ultimamente a entidade estava nostálgica relembrando sobre sua primeira vida, quando Harry fora assassinado por seus melhores amigos após vencer uma fodendo guerra bruxa que quase destruiu absolutamente tudo simplesmente pelo capricho de um Lord pirado sem coração - tudo bem que Tom Riddle havia tido motivos, mas Harry gostava de pensar que ele era apenas mais um louco de pedra. Tudo piorou quando, em um dos trágicos momentos de nostalgia, Morte insinuou que Harry jamais seria interessante como Lord Voldemort - tudo porque a entidade era full cadelinha da pessoa que o compunha na adolescência. Mas afinal, quem não cai de quatro por um pitelzinho daquele? De qualquer forma, Harry pirou. Quer dizer, Entidade Chata-Pra-Caralho Morte vivia dizendo sobre como ele era o melhor mestre. Baba ovo pra cacete, sim, mas ele se sentia especial. Era óbvio que não gostaria de ter uma bajuladora dizendo sobre o quão triste era o vilão ter se tornado um cara de cobra feio que dói. Em sua irritação, Harry soltou um: "qual é, minha querida, eu seria um Lord das Trevas mil vezes melhor do que aquele sociopata senil!" O jovem-nem-tão-jovem só não esperava que Morte fosse sugerir uma merda como a que saiu de sua boca - não, é sério, foi muita merda mesmo. "Então, Jovem Mestre, que tal uma aposta?" E foi assim que Harry James Potter foi manipulado por uma entidade meio fora da casinha e decidiu reencarnar como uma criança que foderia o mundo mágico outra vez (ou não).
4 parts