Como distinguir tantos sentimentos? Tantas sensações. Será esse o reencontro com o sentir? Se permitir. Me permitir. Dei de cara, não? Esbarrei à essa multidão. Minha própria confusão. É como buscar motivos. Eles estão sempre ali. Não precisamos buscar quando se enxerga a sua frente. Me deparo à tantos deles... O que me faz desviá-los? Ah, sim. Eu tenho medo. Sentir é perigoso. É doloroso. Nunca fui inimiga do sofrimento. O que me afasta, então? Pode ser que existem, mesmo, muitos motivos. Pois bem, olha eles de novo, aí. Apago outro cigarro, observo a fumaça se perder, lentamente, o ar que respiro. Inspiro. Há tantos motivos... Me perco, me deixo. Mal sequer leio o que meus dedos me dizem. Não é para mais ninguém, além de mim. Um outro conto, um outro momento. Um outro som. Esbanjam sentimentos... Me confundem. Me iludem. Me levam tão longe, e me fazem ver que a distância pode ser tão pequena, comparada ao tempo de uma eternidade. Ah, sim, é verdade. Meu bem, o que tens? Quero entender, e ser capaz de até mesmo compreender, o que foge a meu alcance. O que está, de fato, distante. Irônico, não? Que triste angústia. Falsas tentativas de buscas inalcançáveis. Ah, que triste tristeza. Consegue ver a beleza escondida na fraqueza de uma força extraordinariamente escassa?All Rights Reserved