Poemas que vêm de repente ou às vezes demoradamente, lentamente, como um raio de luz ou como uma pesada nuvem chuvosa, trazendo versos, rimas, sentimentos, luminosidades ou penumbras, exposições, recolhimentos, introversões, olhares tristes ou alegres, expansivos ou tímidos, em paisagens eventuais do mundo através de janelas da vida. Garimpar a poesia ou deixá-la vir saltitante ao nosso encontro são atitudes a assumir, a escolher, a meditar, a aprisionar no dna do nosso ser. Mas, pra quê? Apenas como ofício de recarregamento das baterias ou de liberação das energias submergidas, acumuladas, desencontradas em palavras que podem nos levar a tudo ou a nada. Creio que assim eles nascem em mim.