oi
estes poemas reunidos aqui são o resultado direto da minha vontade de traduzir vaporwave em poesia tradicional, quero dizer, poemas <<escritos>> em linguagem comum, sem o uso de recursos natos ao vaporwave como design e música.
de certo modo, isso seria até simples demais, acredito, porque já existe uma espécie de equivalente técnico ao vaporwave original na literatura - o dadaísmo.
claro, são movimentos diferentes, de épocas diferentes e de natureza distinta. Mas, pro meu objetivo, literalmente roubar a técnica dada e aplicar a estética do vapor seria mais fácil. - e eu de fato o fiz em alguns poemas neste livro. Existe um problema, porém, pessoal: gosto de criações puramente originais. Não desprezo os samples nem os recortes, que são arte sobre arte através da arte, mas não curto muito fazer, e assim, mesmo nos que utilizei essa técnica, nunca ela prevalece em absoluto.
Em segundo lugar estava minha vontade até hoje inexorável de fazer um canto geracional a la ts eliot com os homens ocos ou, claro, ginsberg com o uivo. Tentei usar a estética do vapor pra fazer algo absolutamente contemporâneo pra ser lido por jovens dos anos 20. Acho que não obtive muito sucesso.
Como eu sou meio burro, o processo de criação foi todo mais intuitivo. Quero dizer, não tenho conhecimento suficiente pra de fato fazer uma tradução respeitável de um movimento artístico enorme e lindo como esse. Quem sou eu? Tirei muita inspiração, além do vaporwave mesmo, de emovaporboiolatrap - shaarksz, yung lean, lil peep, etc e subgeneros como vaportrap, musica ambiente - 2814 - psychedelic vapor, etc. Não sei a que subgênero pertence Windows 96, mas também o ouvi muito durante o processo.
ah, e, claro: eu desanimei do estudo no décimo segundo poema
e provavelmente fui escrever outra coisa;
por isso a brevidade do livro. obrigado pela compreensão :)