[▪RETIRADA DO LIVRO: 14/06] Joaquim Guerra. Um homem corrupto diziam os jornais. Um homem ardiloso e controlador diziam todos que faziam negócios com ele. Um homem ateu, como ele declarava: "Deus nunca respondeu quando precisei de ajuda. Se acredito em um ser superior? Não. Acredito em mentes superiores, como a minha." Um homem com muito ódio e rancor dentro de si e é só isso que ele permite que os outros vejam. Um homem despedaçado. Foi o que todos viram no sepultamento de sua esposa. Um homem que tinha o mundo nas mãos, mas que perdeu o seu mundo quando Marina foi tirada dele da maneira mais brutal e súbita. O CEO da maior indústria farmacêutica do país retorna para a pequena cidade rural onde nasceu: Vale dos Pinheiros. Todos naquela cidade achavam que sabiam qual seria o seu fim. Um delinquente sem futuro era como o chamavam, o filho da drogada que vivia bêbada pelas ruas da cidade. Devia lhe trazer alguma satisfação poder calar a boca de todos, mas não. Aquelas pessoas nunca significaram nada para ele e os trataria como o nada que elas sempre foram. Tudo que sua alma atormentada clama desesperadamente é a chance de se isolar de tudo e de todos. Seu maior desejo, seu único desejo é ficar sozinho. E é o que ele faz por anos a fio. Até Joaquim atender ao pedido da irmã apenas para que ela parasse de atormentá-lo com suas armadilhas de casamenteira. Foi assim, através de uma simples carta, que algo inesperado aconteceu. Nunca foi tão fácil se abrir com alguém, mas se havia alguém no mundo que entendia de dor e perda esse alguém era Anelise. Joaquim não pensava em se envolver. Ele não queria se importar com alguém novamente. E, por isso, nunca trocaram fotos. Nunca quis dar um rosto àquela mulher com quem se correspondia. Mas uma noite, uma noite como outra qualquer, Joaquim abre a porta de sua cabana no meio do mato e quem estava lá parada de diante dele? A mais linda jovem que ele já viu em toda sua vida. Lá estava
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