Na gostosa tarde de verão em que o sol clareia os paralelepípedos e o vento brinca com as folhas caídas na calçada, Samira caminha enquanto passeia com a língua pelo sorvete em sua mão, distraída e inocente quando vê a vitrine do vendedor de bonecas, as mais belas que seus olhos já contemplaram.
Atraída pela beleza e pela música da vitrola que vem lá de dentro, a jovem não imagina que a docilidade de Asafe esconde uma natureza doentia e insana e que entrar ali será o maior erro de sua vida.
-"Em alguma parte distante toca a música Shemesh layam shoqa'at e Samira força para abrir os olhos, lutando contra o sono que a puxa para o fundo escuro de sua mente entorpecida. No teto, o traçado que as rachaduras deixaram segue para todas as direções como raios eternizados e as paredes amarelas aumentam o enjôo que domina seu estômago como ondas, torcendo suas vísceras brutalmente"-