MILY

25 de dezembro de 2035.
Em algum lugar não identificado, arredores de Nevada.

De todas as ameaças de apocalipse que a humanidade já enfrentou, essa é, de longe, a mais aterrorizante e impiedosa de todas. Em um passado distante, o homem já enfrentou pandemias e desastres naturais, mas sempre sobreviveu. Agora, começo a pensar se o mesmo de antes se repetirá.
Há menos de cinco anos fomos aterrorizados pelos lagartos gigantes. Bestas vorazes e quase invencíveis que se alastraram pelo planeta, levando tudo que encontravam pelo caminho. Cheguei a pensar que seriamos extintos.
Depois de muito esforço, conseguimos criar Guardiões de aço, sentinelas de três metros de altura, blindados e autônomos, com inteligência e poder de fogo capazes de confrontar nossos predadores em termos de igualdade.
Nos sentimos seguros por um tempo, apenas para depois nos dar conta de que havíamos sido os arquitetos de nossa própria provável futura destruição.
A Inteligência Artificial que criamos para controlar as máquinas que deveriam nos proteger, nos declarou uma ameaça à sobrevivência do planeta.
Agora somos caçados e exterminados como animais.

Felizmente, nem todos vivem essa realidade.
Em uma pequena cidade escondida de nossos novos inimigos, vive a última comunidade em liberdade no planeta. E nessa cidade, está aquela que pode ser nossa última esperança de salvação: Mily.