Cláudio acordou, bocejou, afastou o sono dos olhos, calçou os chinelos e se espreguiçou, ainda sentado na beirada da cama. Passou um café e fumou um cigarro enquanto lia as primeiras notícias do dia, até que subitamente foi atingido por um daqueles momentos onde todas as peças se encaixam e aquela imagem disforme e confusa que tentamos formar sobre o que é a vida é tomada de uma assustadora nitidez. Depois de terminar o café, Cláudio sabia que sua próxima tarefa seria matar seu vizinho.