Holy Ground

Eu raramente pensava sobre a morte. Sempre acreditei que a vida era cheia demais para se preocupar com o fim dela. Impostos, injustiças, raiva, intrigas, falsa meritocracia, saudades, conflitos, prazer. Talvez do fato de eu ser guarda-costas de pessoas públicas enfatizasse ainda mais o que foi supracitado. Com a morte tão perto o tempo todo, ignorá-la parece ser uma estratégia de sobrevivência.
Na verdade, sequer achava que esse tópico voltaria a minha mente pelas próximas décadas.
Estava enganada, pois nesse momento, encarando a jovem de cabelos escuros dormindo em minha cama, sentia que morrer por ela seria a melhor forma de encerrar a vida. E só Deus sabe o quanto estava disposta.