Artemís perdera mortalmente seu grande amor por uma tenebrosa Hidra. Completamente enfurecida, se retirou do Olimpo, para viver como corvo entre as silenciosas florestas.
Passou-se 301 anos. Coberta pela solidão que carregava, Artemís não se lembrava de como era andar por sobre duas pernas, muito menos de que, como era sentir os intensos sentimentos e emoções humanas.
Quando em uma de suas caçadas, avistou um pequeno filhote de lobo, ao lado de um dos lagos. Sua pelagem feito neve, estava coberta pelo vermelho do sangue. Seu instinto a implorava para devorá-lo, entretanto, ao ver a imensa loba branca por detrás do filhote, um aperto imenso fez-se por todo peito do corvo. Ela não poderia cometer tal ato. Insatisfeita, voou rapidamente em direção contrária do filhote.
Mesmo com o passar dos meses, ela não se esquecera do lobo. Como se fosse uma lembrança vasta do mesmo, mas que não a abandonava. Ela não o matou. Enquanto voava, avistou novamente, ao lado oposto do lago, sendo atacado furtivamente por um urso pardo. A Deusa rapidamente transformou-se em outro, com a diferença por ser imensamente maior. Avançou fervorosamente sobre o urso, atirando-o para longe do lobo. Rosnou tão alto, que ambos os ouvidos dos outros dois zumbiram em padecimento. O urso pardo, mesmo com seus mínimos avanços, recuou e foi embora. Logo depois, por toda eternidade, o Corvo não voava, sem o Lobo trilhando sua caminhada. Cada passo, era uma batida de asas. Eram um, em dois.
Artemís deu a seus filhos, o dom de se transformarem em seus mais profundos e profanos extintos. Ao nascer, era homem, com o por do sol, se transformava em animal. A Deusa lhes concebeu também que, assim que nascessem, um belo animal surgiria entre as folhas, sendo o maior guardião entre as árvores. Nenhum de seus filhos, jamais estariam desprotegidos.
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