Eu fui negligente e omissa, via o quanto os outros te machucavam por ser quem é e nunca fiz nada, via o estrago que poucas palavras faziam mas nunca movi um dedo para o ajudar. Sempre pensei que uma hora acabaria, que você aguentaria até o fim de toda essa merda... Você aguentou mas com certeza o "fim" não era o que eu esperava e muito menos quando eu esperava. Vi você escorrer por meus dedos, vi a maldade o puxar cada vez mais para as profundezas, vi suas cores se perdendo e não fiz nada... Agora, aqui estou eu, falando com a lua me agarrando a uma mera esperança de que você possa me ouvir do outro lado. Penso se você me responde, se você me chama assim como eu o chamo todas as noites. Jamais irei esquecer das vezes em que você me chamava, pedindo para dormirmos juntos ou apenas me pedindo carinho. Ouvimos sobre a morte o tempo inteiro mas ninguém, nunca, nunca mesmo, está preparado para ouvir seu filho lhe chamar de mãe pela ultima vez.