Na Ponta dos Dedos

Existe uma quantidade de vezes em que podemos contar uma mentira até que ela se torne verdade, assim como existe um número limitado de lugares em que podemos esconder os nossos segredos até eles serem encontrados. Em ambos os casos, basta confiar em alguém o suficiente. Sempre existe um momento em que a verdade é tão corrosiva que não vai importar a caixa onde você guarde, e não vão existir palavras para justificar o buraco.
Sempre existe um pedaço de madeira solto no piso, pra onde as coisas vão. Assim como sempre existe uma garota disposta à desvenda-las e tira-las de você por seu bel prazer.
Bárbara, uma grande mentirosa, desenvolveu o hábito de esconder seus livros favoritos debaixo do assoalho da biblioteca. Um segredo inocente e delicado, embora egoísta. E, como todo grande mentiroso, ela foi descoberta.
Agora ela precisa identificar quem é o invasor que tem deixado anotações vermelhas guardadas dentro de suas obras escondidas e, principalmente, quais são as suas intenções com isso.