blue boy, gilbert blythe

Me perdi em meio as suas palavras, reparando na forma em que seus olhos se comprimiam quando dizia algo. Adorava passar aquele tempo com ele, porque eu o enxergava de verdade - através dos seus olhos, como mamãe diria -; via alguém além do garoto triste que conheci no navio a vapor, além dos olhares vazios e das falas bonitas. Gilbert era um garoto amável por trás dos lábios quebradiços e bochechas coradas.

E ele era tagarela, porém era divertido saber que ele se esforçava em continuar a conversa mesmo que não existisse mais assunto. O que fugia completamente da minha realidade de garota-tímida, porque eu me preocupava com literalmente tudo. Tinha medo de que não houvesse mais o que falar, e acabássemos num silêncio desconfortável. Que minhas respostas fossem erradas e entediantes. Não queria voltar as casas de um jogo de tabuleiro do qual eu nem sabia jogar.

Gilbert era inteligente, talvez tivesse percebido o que se passava em minha mente antes mesmo que eu começasse a raciocinar.

E, droga, ele era tão bonito.

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