Esse foi o caso de Julia Pastrana, a Mulher Macaco. Devido a uma condição genética rara - conhecida como hipertricose terminal -, a mexicana tinha seu rosto e corpo cobertos por cabelos pretos lisos.
Transformada em atração de circo durante grande parte de sua curta vida, Julia não teve sossego nem depois da morte. Muito além de seus 26 anos, ela foi tratada como uma peça de museu por anos a fio.
Imagem de Julia, a Mulher Macaco / Crédito: Wikimedia Commons
A garota diferente
Entender a vida de Julia Pastrana é uma questão de análise de documentos, já que tudo sobre ela foi registrado por pessoas do show business. Existem, no geral, duas teorias sobre o início da vida da mulher.
Ainda que as narrativas sejam diferentes, é sabido que Julia nasceu em Sinaloa, no México, em 1834. Diferente de tudo que existia na época, a jovem inevitavelmente foi parar no circo, onde viu sua vida se transformar em um freak show.
Em meados de 1854, já com 20 anos, Julia chegou aos Estados Unidos. Em terras norte-americanas, ela foi admitida pelo circo de J.W. Beach. Foi na estrada que ela conheceu Theodore Lent, com quem fugiu e se casou, em Baltimore, Maryland.
Folheto anunciando Julia como A Indescrita / Crédito: Wikimedia Commons
A sua trajetória no circo, todavia, não acabaria ali e Julia se apresentou por mais alguns anos. Ela recebia um nome novo a cada espetáculo e tinha seu rosto estampado em cartazes e folhetos espalhados por todas as cidades que visitava.
No circo, a mulher era caracterizada como um ser híbrido entre um animal e um humano e era constantemente subjugada. Nas apresentações, ela nunca foi reconhecida por sua inteligência ou seus reais talentos - como a dança e o canto.