"Seu nome não é Third, esse homem horrível morreu com um tiro bem dado na nuca, você é o Klaus. Apenas Klaus Köch." - A mulher que se auto denomina "minha terapeuta" pelo estado alemão informa-me no timbre rígido. "O caralho com Klaus, já disse, estou aqui pois fui obrigado, sei que sou melhor que esses ratos imundos e isso não é segredo" - Advirto minha ira ao enfatizar "ratos". Como a boa "terapeuta boazinha" que é , suspira com calma antes de falar algo que provavelmente irei ignorar com todo o prazer do mundo. Ou até quando minha arrogância cínica permitir. "Sabe, por vezes, são as memórias felizes que mais magoam. Tente pensar sobre isso e não ignorar, meu objetivo não é lhe fazer esquecer o passado, mas sim mostrar-lhe apenas boas lembranças dele, lhe melhorar como pessoa e estimular sua empatia" - Ela insiste em usar a "empatia" como palavra-chave. Patético, patético, patético! "Pffff, empatia! Que palavra de merda. Essa coisinha minúscula parou de fazer sentindo quando comecei a pensar de verdade, romper barreiras, ser eu mesmo!" - A comunico com minha devida soberba, alta e claramente abrangente, esboçando meu sorriso ao dizer tais palavras com tanta certeza. "A falta dela, me diga, lhe custou o que?"