Quando Luís Fernando Veríssimo, em uma de suas crônicas, escreve que "O assunto do cronista é sempre o próprio cronista. Ou seu próprio umbigo e suas circunstâncias", ele está, sem saber, chancelando 'O fantástico mundo das quinquilharias'.
Ao longo de 50 crônicas selecionadas, Beto Pacheco pendura a alma no varal. Ele assume o papel do protagonista que contracena com o leitor, para que, desse modo, possamos nos identificar com as histórias que viveu. Nosso cronista tem sempre a metáfora perfeita, a palavra certa, a graça no tom para desenrolar suas narrativas, das mais singelas às docemente provocativas.
Brincando com as letras sempre de forma bem-humorada, Beto nos passa cantada com sua prosa. Mistura aleatoriamente personagens e cenas que transitam entre a realidade e a memória com uma linguagem cuja oralidade, quase um diálogo com o leitor, é a principal característica.
Agora, se não ficou claro, não se preocupe, pois assim você descobrirá e se divertirá lendo.
Ela sabia que corria risco de vida, mas ela não tinha nada a perder, a vida de merda que vivia valia a pena uma morte, sairia como heroína pelo menos, não como suicida.
Mas se envolver com alguém foi um erro, foi um erro confiar, foi um erro achar que ela era a única que escondia segredos.
Laureana é uma fraude?
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