Há uma exaustão na minha nostalgia que inegavelmente limita meus anseios de vida. Ela corrói-me inteiramente sem lampejos de milagre, destrói a cada instante meus incongruentes progressos de coragem... Nessa altura, do que mais adianta? Parece que o presente estará sempre contemplado á existência da solidão, e que minhas preces de conexão ao que há de mais intrínseco permeie apenas em fantasias mirabolantes e mal resolvidas. Tudo que não vivi recai em meus assombros como tentações de, inevitavelmente, persistir nas memórias o que quero ser e não posso. Essa liberdade que mexe nas frágeis sustentações de meu âmago está enclausurada na caverna que criei. O que me resta, afinal, para chegar ao consolo da espontaneidade, são abstrações presas em suas próprias ilusões irreais. Mas o que há de real em toda essa fantasia? Apenas soluços, sonhos impossíveis e formas desajeitadas de sobrevivência.