O mundo já acabou. Pode ser uma frase idiota, mas arrepiava Joe sempre que pensava no que haviam pichado no muro do outro lado da rua. Caminhou com o café pela sala e depositou a xícara na janela. Observou-a por alguns segundos, meditando que a fumaça que subia somada aos chuviscos de fundo dariam uma bela foto. Bobagem. Antes do fim da internet, há uma semana atrás, ficara sabendo que os poucos sobreviventes estavam se matando por comida. Os mercados estavam destruídos e nos postos de gasolina somente ratos trafegando aos montes. Muitos grupos extremistas se formaram por vários motivos. Invadiam casas para saquear comida ou sequestrar pessoas para servirem de objeto sexual ou para práticas de rituais. O número de estupros havia triplicado. O caos revelou a pior face do ser humano. Por fim, fechou a janela. A escuridão avançaria em pouco tempo e, com ela, os caçadores. Deixou-se desabar no sofá assim como sua alma no inferno. A mochila já estava pronta. Partiria dali assim que sua encomenda chegasse: Uma Desert eagle, um galão de gasolina e a máscara de oxigênio. Iria em busca dos dois filhos, a três cidades dali, e morreria com eles se assim pudesse.
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