Eu tive que amadurecer rápido. Com 9 anos, perdi minha mãe em um acidente de carro. Meu pai não soube lidar com a pressão de criar sozinho uma criança e sentia constantemente a falta de minha mãe, e com o passar dos anos, ele virou um homem viciado em jogos, alcoólatra e um pai ausente. Com 11 anos, aprendi a conciliar a escola com o trabalho. De manhã eu estudava, e de tarde ia até um campo do outro lado da cidade ajudar um senhor com sua plantação - ele era muito gentil, então além do salário me dava mimos e comida - para poder arcar com as despesas dentro de casa, pois tudo o que meu pai fazia era beber e passar a noite em cassinos. Com 14 anos, no meu aniversário ele levou um grupo de amigos para nossa casa, dizendo que era pra "comemorar" mais um ano de vida da sua filha. Eu fiquei no meu quarto a noite toda, lendo um livro e tentando ignorar o cheiro de cigarro e bebida que vinha da sala. Eu não lembro muito bem como aconteceu, mas naquela madrugada eu acordei com um homem que eu não conhecia, com a mão dentro da minha calcinha, eu estava sonolenta e confusa, não entendia o que estava acontecendo. Aquilo foi aterrorizante e eu nunca vou esquecer disso. No dia seguinte, reconheci aquele homem como um dos amigos que meu pai levara pra casa, e quando contei para ele, ele me bateu e me chamou de ingrata na frente de seus amigos. Com 16 anos, meu pai sumiu. Nenhuma carta, nenhum sinal de vida. Teria sido uma coisa boa, até por que eu já sabia me virar sozinha e fazia anos que não dependia dele. Teria sido... Mas quando ele fugiu, sua dívidas recaíram sobre mim. Milhares de dólares. Bebidas, drogas, mulheres, jogos... Meu pai usava disso tudo em um cassino próximo mas nunca pagava. E eu não tinha como pagar por aquilo. E foi assim que eu conheci ele.All Rights Reserved
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