É o que sempre digo para mim mesma: não existe nenhuma situação que não possa piorar. Além de perder meu emprego dos sonhos depois que a empresa onde eu trabalhava foi fechada, terminar o relacionamento com o homem dos meus sonhos por suspeita de traição, ter demorado para conseguir um emprego, ser contratada por uma loja de departamento, ainda vou ter que aturar a pior comemoração de todas para alguém que, a essa altura do campeonato, sonhou já estar casada e com filhos: o dia dos namorados.
Deus, só pode ser uma zoação enorme com a minha cara! E sabe o que é pior disso tudo? Não sabe? Pois eu irei lhe contar o que é pior. Você, obrigada a aturar um monte de pessoas felizes, animadas, escolhendo joias, vestidos e sapatos, sabendo da sua condição de corna encalhada, é obrigada, pelo seu chefe, a atender um cara qualquer.
Contudo, para a sua surpresa, não era um cara qualquer. Era a porra do seu ex! Ele está em busca do presente perfeito para a sua namoradinha da vez, que deve ser perfeita, diga-se de passagem, modelo de algum país europeu, no mínimo, que é para terminar de esfregar minha cara no asfalto quente.
Se ele pensou que eu ficaria calada diante de tanta humilhação, ficará extremamente surpreso em me ver o mandando tomar no olho do seu... Preciso desse emprego? Preciso, mas posso encontrar outro, contudo, não sairei com o rabo entre as pernas. Ele irá engolir muito sapo hoje.
Após vários dias em coma, Malu acorda em uma cama de hospital, sem lembrar nada sobre seu passado. Sua única companhia - além de colegas de quarto estranhas e enfermeiras rabugentas - é um médico bastante empenhado em ajudá-la a recuperar a memória, mas tudo muda quando ela recebe uma visita inusitada de uma pessoa que alega ter as respostas que ela precisa. Em quem ela deve confiar?