Estávamos deitados ali mesmo, no meio do rinque, sem quebrar nosso contato visual, enquanto o único barulho presente era dos patins que raspávamos preguiçosamente contra o gelo, que por incrível que pareça, não trazia nenhum incômodo para meu corpo que se mantinha quente por corta do calor que meu coração espalhava, proibindo-me de qualquer coisa que me impedisse desse momento. Jack Gilinsky, por outro lado, me encara sério, mantendo seus lábios úmidos com sua língua e o maxilar travado. Eu, Cora Wintour, não sabia, ao certo se realmente sorria ou se era apenas uma sensação de felicidade que me dava a impressão, mas poderia explodir de felicidade a qualquer momento ali mesmo, bem ao seu lado, e sem dúvidas nenhuma um único sorriso poderia derreter todo o rinque por baixo de nossos corpos. Jack é bom. A sua alma é boa e mesmo que ele cometa erros como qualquer outra pessoa e acabe se condenando mais do que deveria, olhando-o nos olhos nesse momento e vendo-o tão vulnerável... Eu consigo afirmar, para qualquer pessoa, em qualquer idioma que exista, que eu sei que Jack Gilinsky é o homem que eu amo. Que eu sempre amei. E que, sem dúvidas, é o homem que eu sempre vou amar.