Dotada de toda a delicadeza das pétalas das mais bela rosas e do romantismo regado pelas películas de Woody Allen e pelas páginas gastas dos romances de Austen, Sarah era um anjo que merecia todo o afeto e atenção de seus amantes. Caso ela tivesse amantes. Tendo todo um histórico de uma vida de auto-sabotagem, Sarah não conseguia aceitar a si mesma, sequer conseguia enxergar a infinidade de atributos maravilhosos que possuía, além de se sentir completamente eclipsada pela bela figura que era a sua melhor amiga. Christine era tudo o que ela não era, e em grande parte dos momentos, era a causa de seu sofrimento por não se encaixar nos padrões de beleza e comportamento da sociedade. Sarah, vivia como uma coadjuvante, e assistia como a principal espectadora, a forma como as coisas eram simples para a sua amiga popular. Via como todos os rapazes caiam aos seus pés, e principalmente como era confortável não passar por julgamentos acerca de sua aparência. Exausta de viver às sombras, e inconformada com a própria incapacidade de amar a si mesma, afasta-se por completo de Christine. Mas Sarah não esperava que seriam os doces lábios de Christine que a fariam ter a epifania que traria a resposta a qual ela precisava para dominar a própria sina, seus desejos e a sua jornada de auto-aceitação e busca pelo amor próprio.
"Você é a pessoa a quem você deveria amar."
Conto Original inspirado na canção Epiphany - BTS.