"- Bright - balanço seu corpo, mas mesmo assim, ainda não há respostas. - P'Bright, acorda - tento mais uma vez, e nem se quer um músculo de seu corpo se mexe. - Anda, por favor, acorda! - agora, como última tentativa, começo a dar alguns tapinhas em seu corpo, para ver se ele se anima. - Eu tenho que tomar café da manhã, eu estou com fome!
- Ah, está bem, está bem - ele finalmente acorda e fala relutante. - Eu já vou levantar... só mais cinco minutinhos...
- Meu estômago chora ao ouvir essas palavras - digo, sentando-me na cama e abraçando minhas pernas, ouvindo minha barriga reclamar de fome.
Fazem cinco minutos que acordei, mas já parecem uma eternidade. E, como já não fosse o suficiente, Bright nem se quer dá um sinal de vida, simplesmente voltou a dormir, como se minha fome não fosse preocupante.
- P'Bright! - chamo-o de novo, balanço seu corpo mais forte e ele se senta, de cara amarrada.
- N'Win, pelo amor de Deus, me deixa dormir!
- Eu estou com fome!
Ele bufa, passando as mãos no rosto e se levanta, sem dizer nada. Um fio de alegria se forma em esperança de que agora ele vá fazer o café da manhã. Pode parecer que não, mas ele sabe cozinhar muito bem, e meu estômago agradece e muito.
- Você vai cozinhar? - ele sai do quarto sem me responder e levanto-me correndo, saltando pelo colchão no chão, ao qual dormi, indo atrás dele. - Hein? P'Bright?
- Talvez...
Faço uma dancinha em comemoração e corro para a cozinha, chegando lá primeiro que ele."
Pode até parecer mais um romancinho, mas na verdade, é bem mais que isso. Bright e Win passarão por tudo, desde ciúmes até maldições. A vida de ambos vira de cabeça para baixo num piscar de olhos.
Bem que dizem que devemos ter cuidado com as pessoas do nosso passado.
Win se lembrava do dia em que Bright se mudou para o outro lado da rua. Foi há exatamente três anos atrás. E desde então, o acastanhado teve uma paixão platônica por ele, porém, nunca levou realmente a sério essa paixão, já que os dois pareciam ser de mundos diferentes. Enquanto Win era advogado, de uma família rica, Bright parecia completamente o oposto de si, a única coisa que ele se permitiu descobrir sobre o moreno, era que trabalhava com Arte, não quis ir mais afundo pra manter a paixão que nutria por ele, no platônico.
Win era do tipo engomadinho, usava roupas sociais pra lá e pra cá... Já Bright, era descolado, com aquelas roupas informais, que o deixavam completamente sexy, Win se permitia babar nele. Mais do que deveria. Pois ao mesmo tempo que gostava de o admirar, se irritava pela casa do outro viver movimentada.
Querendo o tirar da cabeça, Win arruma um namorado. E um ano depois, para o acastanhado tudo está certo, até certa noite em que Henrique, termina consigo. Win entra em negação, por que se recusa a acreditar que a paixão que nutria pelo vizinho e que ele tinha certeza que cada dia que passava estava diminuindo, se infiltrou em seu coração completamente.
Para afogar a tristeza, e os sentimentos confusos, ele bebe uma garrafa inteira de vinho, sem saber, que em breve descobriria que além da bebida humilhar, ela também poderia unir...