Era chegada a hora, no momento em que o período de hibernação fosse encerrado, dentre outros modelos, ela seria convocada para passar de "Estoque" para "Funcional". Naquela noite todos, sem exceção, entraram em modo de hibernação. Era algo normal que faziam todas as noites, quase que irracionalmente. Mas, por alguma razão, ela não o fez naquela noite. Em seu íntimo, desejava ouvir o modo como os pensamentos fluíam em sua mente. E de todas as sensações que surgiam com eles, notou que uma permanecia. Como se algo invisível a contraísse dentro do peito e forçasse seus pulmões a trabalharem mais rápido. Notara as mãos um tanto trêmulas, estava nervosa, não poderia estar. Era um defeito que, devido ao treinamento que obtivera, deveria informar naquele mesmo instante, contudo, sabia que se o fizesse deixaria de existir, e esse era seu único medo, deixar de existir. Isso era o tipo de coisa que sua mente tão lógica não compreendia de si mesma. Porque sentir medo de fazer o que nascera para fazer?