29 parts Complete Costumo dizer que o autismo me prendeu em um corpo que eu não posso controlar, mas tudo bem, já tenho 18 anos e acho que posso conviver com isso por mais uns 70. Eu gosto do jeito que eu sou, afinal não sei como eu seria se não fosse eu, então prefiro me amar desse jeito. Não fui tão acolhido pelos meus parentes, para mim família é quem eu amo, na verdade minha mãe me disse que quando ela descobriu que eu tenho TEA* seus irmãos e cunhados, vulgo meus parentes, por falta de informação acabaram falando muita besteira e ela se afastou. Então somos eu, meu pai e minha mãe, acreditava que não havia como melhorar. Na verdade havia sim. Minha mãe precisava ir para a estreia de um livro seu em outro estado e precisava de alguém para ajudar com a limpeza de casa, pois eu passava o dia estudando e meu pai trabalhando. Então ela conheceu a Laura. A princípio ela iria vir em casa para limpa-la duas vezes por semana durante um mês, até minha mãe voltar de viagem, mas ela acabou ficando. Não sei descrever nossa relação. Começamos com uma amizade, ficamos algumas vezes, e depois? Eu nunca havia sentido isso antes.
A questão é que a as coisas nem sempre acontecem da forma que imaginamos. A vida tende a ser confusa ou nós que nos confundimos? O tempo passa, as pessoas mudam, as circunstâncias mudam, só tem uma coisa que não muda. O amor.
*TEA: Transtorno Espectro Autista