Aquela que se atreve a sofrer ...
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Ongoing, First published Aug 27, 2020
Ontem num berço dormi 
Mas não lembro do seu estado,
Se era de trapos ou bordado de ouro?!
Não lembro do seu estado.

Desperto com o cheiro forte de barro molhado 
Simultaneamente meu peito é invadido por uma angústia 
Em milésimos, a minha memória identifica a minha dor.

Desato em gritos
Tentando aliviar a minha alma
Em alta voz suplico
Que me seja devolvido o meu feto.

Meu filho eu enterrei 
Debaixo do sol ardente 
O suor se juntava as minhas lágrimas 
A areia vermelha sob meus pés, separou meu amor de mim
Naquela urna enterrei a minha vida, minha esperança e o meu atrevimento em amar.

As gotas de chuva sobre a chapa, camuflam o meu gemido 
É madrugada mas o meu infortúnio já amanheceu 
Oro para que meu luando se enterre na lama 
Não tenho braços consoladores
A miséria e o infortúnio beijam a minha face.

Entre soluços me lembro que sou uma órfã que perdeu seu filho...
O desejo de descontinuar minha vida chegou, com o manto da morte .

A minha preocupação resume-se em "quem me vai enterrar?"
Nada possuo
E a ninguém pertenço 
Sou apenas aquela que se atreve a sofrer.
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Miríade de poesias

33 parts Ongoing

Miríade: Número de dez mil; Grande número; Indeterminado: miríades de estrelas; Miríade dos traços de minha singela existência.