Tracy tinha 17 anos e carregava em seu olhar a sensação constante de não pertencer. No último ano do ensino médio, enquanto tantos corriam para se encaixar, ela parecia determinada a permanecer fora das molduras que o mundo insistia em impor. Era diferente - e, por mais que tentassem, ninguém parecia realmente entender o que isso significava.
Ao seu lado estava Polly, sua melhor amiga e a única capaz de alcançar os pensamentos que Tracy escondia atrás de sorrisos apressados. Polly era um ponto de equilíbrio, uma luz firme em meio ao caos silencioso que cercava aquela garota sempre discreta.
À primeira vista, poderia parecer apenas mais um romance adolescente - a história da jovem peculiar que encontra um garoto ainda mais enigmático e é capturada por um amor simples e arrebatador. Mas esta não é uma narrativa doce. Não é feita apenas de encontros inesperados e finais previsíveis.
O que se desenrola aqui é um amor que chega sem avisos - um sentimento que desestrutura, desafia e, sobretudo, expõe feridas. A entrada de Evan na vida de Tracy não trouxe apenas suspiros ou borboletas no estômago. Trouxe verdades incômodas. Trouxe confrontos. Trouxe tudo aquilo que ninguém se atreve a romantizar.
Esta é uma história que recusa a mentira do amor perfeito. Uma história que explora limites, que toca em lugares profundos e muitas vezes dolorosos - abuso, manipulação, violência silenciosa. Um romance que se constrói enquanto também ameaça destruir.
Quando Evan cruzou o caminho de Tracy, algo mudou de forma definitiva.
E, a partir daquele instante, nada - absolutamente nada - seria como antes.
Na adolescência, nós cometemos loucuras. Sejam elas positivas ou negativas. Porém, todas elas servem para refletir e crescer, amadurecer. Comigo não foi diferente. E com você, também não será. Portanto, olha, eu nem queria isso. Eu pensava que tudo seria das melhores e mais incríveis histórias de amor já vista. Na qual eu seria descrita como a menina que juntou os dois. Seria perfeito. Não fosse pelo meu coração intervir nos planos. Eu já não pensava na felicidade deles. O que antes era minha prioridade, pra deixar claro. Eu me preocupava com a minha agora. Eu estaria disposta a acabar com minha amizade com Katy. Sabe o porque? Há anos eu fazia isso. Dava a ela tudo, quero dizer. Seja um pedaço de minha maçã ou até a chance de me tornar uma artista famosa. Eu dava tudo a ela. Colocava a felicidade dela acima da minha. Sempre. E tem uma hora que cansa.