Senhora Dalila acordou naquele dia, e, como em todos os outros, levantou, escovou os dentes (um hábito que preservara desde o começo do casamento), calçou suas pantufas rosas que trocava todo ano e foi passar seu café. O que não era normal naqueles dias frios e cinzas, era o grito gutural de puro pânico de Senhora Dalila, acordando seu esposo aposentado e cansado e talvez metade da vizinhança de casas totalmente diferentes e cheias de muros. A razão do grito. Um corpo. O corpo de Laura Santos.All Rights Reserved