Acho que minha alma se revolta por não poder falar, essas palavras que se juntam todas na minha garganta, aglomeram-se, lutam entre si, para que no fim pouco do que deveria ser dito consiga fugir de mim. O restante, tormentuoso, amargurado, as vezes alegres e gentis, insistem em permancer por aqui, dentro do meu ser, dentro de seus próprios significados. Creio que essa parte de mim tornou-se sedenta pela liberdade, e através dessas letras ela achou conforto e voou pelas folhas que por ventura eu já tantas vezes esqueci, mas que a permitiu livrar-se de tanto peso que se juntava a garganta. Então, se minha alma pudesse falar, creio que ditaria as poesias que minhas mãos escrevem.