Uma viagem longa de ônibus não era algo que estivesse nos meus planos. Mas surgiu um compromisso muito importante em outra cidade distante. Eu poderia ir de avião, mas simplesmente me recusava a entrar em um. Sim, era um CEO bem-sucedido, com grana suficiente para ter o meu próprio jatinho, mas tinha medo de entrar em um avião. Ir de carro seria uma opção, mas era uma viagem longa e cansativa e, de última hora, não consegui um motorista disposto a aceitar o trabalho bem nessa época do ano. Eu não me importava que esse compromisso fosse no dia 26 de dezembro e essa viagem significasse que eu passaria o Natal sozinho. Esse já era o meu padrão. Desde garoto, sempre fui um solitário durante todos os dias do ano, uma data no calendário não tornava as coisas diferentes. Contudo, tal viagem trouxe algumas surpresas. Umas ruins, como um imprevisto na estrada que acabou atrasando tudo ainda mais. Outras, muito melhores do que eu poderia imaginar, como a jovem Laura e seu bebê Daniel, que foram minhas companhias no assento ao lado. Talvez aquele Natal fosse diferente de tudo o que eu já tinha vivido até então.