Hollywood é um lugar único na Terra. Lá, o homem pode ir ao espaço, viajar no tempo, morrer e ressuscitar, sem sequer sair de um pequeno estúdio de gravação. Lá, pessoas tornam-se deuses intocáveis e inalcançáveis, ainda que feitas da mesma carne e osso que sua legião de fiéis. Os sorrisos ofuscantes apresentados nas TVs em preto e branco, cercados de diamantes e vestidos de caxemira, eram a promessa de felicidade para todas as garotinhas que sonhavam acordadas com uma vida repleta de fãs obcecados e paparazzis inconvenientes. Em Hollywood, milhões eram centavos, ouro era lixo e pessoas eram divindades. Bem, ao menos a pequena população que não era transformada em escória. Ter seu nome escrito nas estrelas era o que todos previam para Heaven. De fato, nenhuma estrela chegaria perto de ser tão adorável sobre o tapete vermelho do que aquela doce menininha do interior do Kansas. Ao deixar, debulhando-se em lágrimas, seu pequeno vilarejo aos treze anos, Heaven via seu futuro cercado de rosas vermelhas, sofisticação e, principalmente, sua amada arte. Como poderia o paraíso ser tão próximo ao inferno?