Dos vinhos, o mais doce, o mais gostoso, o mais imoral. Eu sempre preferi os secos e fortes, o tinto puro, com metade da taça cheia e o gosto de uva eterno nos lábios.
Era amante de vinhos, de mulheres e de corpos. Gostava da suavidade, da maciez, da intensidade em cada gota e cada toque. Talvez fosse uma alcoólatra, viciada no êxtase, em ficar com a mente longe, distante, o corpo flutuando entre as nuvens e queimando no Sol.
Você era confusão e clareza, a doçura amarga, o carinho voraz, o amor brutal. Brincava com a minha cabeça, com o meu corpo, com o meu coração. Me levava até a beirada do abismo e me incentivava pular e, então, segurava a minha mão e me salvava da queda eterna e mortal.
Nada fazia sentido quando eu estava perto de ti, e ficava pior sem você aqui. Eu era estúpida, boba, viciada no gosto caro de um bom vinho, de ficar com os lábios manchados de vermelho e com um calor sucinto no peito, espalhando-se por todo o corpo.
Eu gostava de você e de todas as sensações sublimes e grotescas, efêmeras e eternas. Gostava da dor, da loucura, da paixão, do desejo, do caos. Eu amava você, de todos os jeitos e gostos, era maluca para provar dos seus beijos e embebedar-me em seu corpo.
Porque você era doce, seca e suave, era forte, marcante, azeda e amarga, era inesquecível, sabor maldito. O vinho ideal, perfeito.
E eu era grata por, após tantos anos, amores e vinhos, ter escolhido a mais doce entre as bebidas: você e infinitamente você, o meu sabor preferido, a minha mulher favorita.
Chaennie/Jensé.
Oneshot.
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