Doce Oceano

Armin, prendeu a respiração quando as portas se abriram e passou por ela uma pequena comitiva estrangeira. A música perdeu a afinação e se encerrou, os convidados que dançavam alegres pelo salão fecharam seus sorrisos, adquirindo um semblante curioso e um tanto assustado. O rei se pôs de pé, adquirindo uma postura que segundo ele era diplomática, mas que para o loiro era apenas de imposição.
O príncipe se pôs a observar atentamente cada detalhe da comitiva. A comitiva era diminuta, havia apenas dez pessoas ao todo, mas se pudesse apostar Armin diria que aqueles valiam um exército. O jovem príncipe se arrepiou da cabeça aos pés com a aura que emanava deles. As roupas não eram nem de longe o que se veste em bailes, se assemelhavam a uniformes, apesar de ser diferente de como os militares de Marley se vestiam. Armin reparou nas armas esquisitas sobre as cinturas dos convidados, e reparou também no curto sobretudo verde que cobriam seus troncos. O loiro estava tão nervoso e ansioso que buscava em cada passo da comitiva uma informação para usar em sua própria sobrevivência, mas então uma troca de olhares aconteceu. Armin estava subindo aos poucos seus olhos reparando nos detalhes pouco a pouco, quando finalmente chegou aos rostos, todos tinham traços ferozes, apesar de alguns parecerem mais "amenos", e então ele viu aquele rosto.
A frente no centro da comitiva estava o imperador. Armin soube assim que colocou os olhos nele, quem ele era. Uma aura poderosa lhe rodeava, como se ele fosse inalcançável. Os olhos eram de um verde tão gélido que trouxe um gosto amargo na boca do príncipe. Se o rei era impositor, o imperador era soberano.