Verônica: Limiar do Florescer

Verônica não se sente viva. É como se "existisse" um vazio dentro ela. Ou "não existisse" seria mais apropriado de se dizer? É como se a morte sussurrasse com uma voz gélida e espectral em seus ouvidos:

"Viemos do nada, e ao nada retornaremos."
"E eu já não sou nada?" - responde friamente, Verônica.

Em meio à melancolia, Verônica decide se entregar ao abismo, adentrando o oceano onírico de seu mundo interno, uma imensidão fragmentada como pétalas caídas de uma flor, pétalas essas manchadas pelas suas mais profundas emoções e sentimentos: seus desejos e amores reprimidos, sonhos destruídos, os fantasmas de seu passado, sua raiva, angústia, dores e inseguranças. Mas, nas profundezas do abismo, ela também se encontra com um ser de luz, quente e radiante como o céu do entardecer, que a envolve num abraço.

Ela encontrará sua luz dentro da escuridão?
Ou se deixará ser consumida por ela?
A flor partida conseguirá reunir suas pétalas e florescer?
Ou se despedaçará em fragmento a fragmento até se tornar nada?