Todos querem viver pelo valor do amor e senti-lo, Gonzaguinha enfatizava aquele anseio na sua canção "Nosso Amor (É)", lançada em 1988. Todavia, apesar de não podermos negar a letra desse samba, o crescimento da megacidade São Paulo fez com que as pessoas se fechassem aos seus valores, aspirações e sentimentos, uma vez que não são tangíveis.
Com isso, o valor do amor se tornou efêmero e, assim como um ônibus que ignora o passageiro no ponto sinalizando, os paulistanos passaram a abstrair o sentimento vital e mote da vida humana: o amor, em sua forma real e em cada singelo momento da vida.
O amor, ora ignorado pelos 12 milhões de habitantes dessa megalópole, passara a ser comercializado e naturalizado, assim como a efervescência populacional, e a frase "Não Existe Amor em SP" se tornou comum no vocabulário dos descrentes devido a música de Criolo, lançada em 2011, e aos diversos grafites que podem ser observados nas paredes cinzas.
Contudo, Gal Costa, em 1969 já tentara nos ensinar algo com a música "Divino Maravilhoso": que prestemos atenção na vida e compreendamos cada sentimento e emoção que banha o movimento dos relógios, uma vez que o tempo é breve e não deve ser despendido com a morte. Ainda mais porque a vida é revestida de coisas divinas e maravilhosas, basta que abramos nossos olhos.
Então essa é a solução, que já nos fora cantada e ressonada animadamente há 52 anos: estar atento e forte. Atenção e rigidez. E mesmo que as pessoas se percam nas diversas esquinas da cidade, e se esqueçam do seu intrínseco, o amor resiste e não deixa de desenhar sorrisos e fazer com que olhos reluzam imagens belas.
Por isso, o divino e maravilhoso irá expor momentos de amor que parecem impalpáveis a todos, mas que a aura exibe o sentimento maior em pequenos contos sobre amores cotidianos e disfarçados em São Paulo, a cidade em que o amor vive e resiste.