Comecei a escrever cartas, cartas jamais enviadas. Comecei a escrever cartas para tentar pôr para fora a dor incessante que permeia meus órgãos, me retirando toda e qualquer energia vital. De certa forma, escrever essas cartas me ajuda no meu autocontrole, mas não enviá-las, às vezes, acaba por ser o gatilho para a minha ansiedade. Eu escrevo elas para diversas coisas e pessoas. Para um amor proibido e jamais superado; para um ex amigo que traiu minha confiança; para o livro na estante ao lado da minha cama... Escrevo para me expressar com coisas melhores do que atos. Algumas palavras são um pouco mais duras que as outras... já outras me corrompem mais, ao ponto de me fazerem chorar no meio da escrita. Mas eu sempre continuo escrevendo e escrevendo essas cartas endereçadas para fantasmas de cemitério que jamais irão abri-las... ou será que algum dia vão?All Rights Reserved