Levi há muito não sabia o real significado de felicidade. Ele perdera mais pessoas do que poderia contar, mais amigos do que conseguiria admitir, mais amores do que seu coração se permitia lembrar. O capitão não sabia o que era dormir com tranquilidade, acordar sem entrar imediatamente em guarda, comer sem ao mesmo tempo considerar os riscos da próxima missão. Os momentos de limpeza pouco a pouco tornavam-se tortura, à medida em que as memórias de seus companheiros tornavam-se mais presentes do que os companheiros em si. Solidão, era o que sentia. Solidão e saudade. Ele perdera todos. Farlan e Isabel, aqueles a quem ele a muito chamava de melhores amigos. Erwin, dono da maior parte de sua confiança... A guerra levou a todos, deixando para trás o pequeno capitão, sem companhia, paz ou qualquer traço de alegria. Levi há muito não era feliz. E então veio Ash. Ash, com sua luz e seus braços reconfortantes, seus abraços antes forçados, mas agora desejados como água no deserto. Tão bagunceira quanto organizada; paciente e gentil, mas disposta a torturar a pobre alma que ousasse mexer com a segurança daqueles a quem ela tanto prezava. Ash, que não parecia disposta a partir. Levi já não sabia mais o que significava felicidade. Mas aquilo parecia bem próximo do sentimento presente em suas lembranças. Talvez o amor fosse uma força, afinal.
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