A sorte não estava à favor de Thorin. Nunca esteve. Depois de seu avô ter fugido décadas antes de sua terra natal ‒ Erebor ‒ e ser obrigado a viver com o que restou de sua família em Eriador, do outro lado da Terra-média, nada mais foi favorável à sua família. Nessa pequena parte de Eriador, conhecida como Condado, seu avô Thror construiu sua família, criou seu filho Thrain que posteriormente também teve filhos, mas a vida estava longe de ter sido fácil. Não era fácil. Em Erebor era. Sua família era rica antes do golpe em que Melkor Morgoth tornou-se presidente, oprimindo todos que não estavam à sua concordância. Os poucos que conseguiram fugir não esqueceram jamais, mas para o resto da Terra-média o lugar era apenas considerado abandonado depois do conflito. A província antes mais rica agora soterrada, roubada, banalizada, esquecida... Desde aquele fatídico dia o presidente Melkor fez questão de lembrar a todos o que acontece com aqueles que tentavam ir contra ele e sua política criando o que chamou de Jogos Vorazes, continuado após sua morte por seu filho Sauron. Obrigando cada província a todo ano sortear e mandar dois jovens entre 18 e 25 anos para uma arena na ilha de Númenor e lutarem até à morte restando apenas um, ou dois, se fossem da mesma província. Agora, como se não bastasse toda aflição de sua vida miserável, Thorin fora sorteado como um dos tributos dos Jogos e estava à caminho da arena recém construída para aquele ano, correndo o risco de sangrar até a morte ao lado de sua dupla impensável. O sujeito mais tímido, nervoso e pouco adepto ao combate e à violência: Bilbo Baggins. Nenhuma ideia ele tinha de que Bilbo também desejava por muito tempo sua companhia, mas não dessa forma frustrante e brutal. Ele retribuía os sentimentos que Thorin possuía por ele e imaginava serem apenas platônicos. Não. A sorte não estava ao seu favor. Aquela mistura entre Jogos Vorazes e O Hobbit que ninguém pediu, ma
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