"A cada sete dias escolhíamos a mesa sete. Ele pra lá. Eu pra cá. Quadradinhos brancos e vermelhos em cima. Meus dedos em sua panturrilha ao contrário. Com as mãos escondidas, Marcos nos chamava pelo nome. Deslizava máculas azuladas sobre as páginas pautadas assim que minhas íris confirmavam o pedido. Guardava o bloco, sua capa de couro cega pelo tato, e posicionava os sapatos escuros a três metros do mar esverdeado. Até a dupla perceber que a caligrafia do risoto de abóbora permanecia a mesma. Eu ficava. Rochas porosas contra o rosto e pernas emaranhadas no escuro. Lábios abraçados. Pálpebras estáticas. A melodia lépida a ressoar pelo peito. Voltas e voltas no relógio até a memória confirmar que sabia. Que permaneceu insone durante aqueles anos. E que seus dedos eram livres de digitais porque o mapa estava pronto. Cada centímetro de seu rosto marcado em braile. Até hoje. Quando a cadeira já está gelada." * Série de contos inspirados em músicas da Taylor SwiftAll Rights Reserved