Dois é o número natural que segue o um e precede o três. Dois é o primeiro número primo e o único que é par. A dualidade de todas as coisas é uma noção importante na maioria das culturas e religiões. A mais comum dicotomia filosófica talvez seja aquela que opõe o bem e o mal. Na química o 2 é o número atômico do hélio, um gás nobre. Dois é um livro que coloca em cheque tudo o que pensamos sobre o amor. Reúne em seus poemas um pouco de nossas obsessões mais íntimas com uma percepção em linhas intocáveis e afiadas. A beleza do mito do amor é seu mistério inacessível, seu enigma não decifrado. A vida a dois nos traz instantes de ternura soprados pelo vento que quando menos esperamos invade sem pedir licença nossa casa. Sensações diversas passam a rondar nosso terreno. O amor, sem dúvida, é o sinalizador do prazer, uma força que quebra as trevas e traz conforto. O amor é a poesia dos sentidos. O calor do seu toque, a magia do desejo, a essência poética e amorosa. O amor do aconchego, da harmonia, da fantasia, da necessidade, das carícias. Escrever sobre o amor é romper a tranca da clausura dos preconceitos, dos enganos e desenganos, do livre arbítrio, da perplexidade perante as diferenças, dos sofrimentos sem medidas e sem fronteiras. Todo a dificuldade de ser um casal, reside no fato do casal encerrar, ao mesmo tempo duas individualidades e uma conjunção diante dos desencontros, das armadilhas, das inseguranças inerentes à vida. O casal contém dois sujeitos, dois desejos, duas inserções no mundo, duas percepções do mundo, duas histórias de vida, dois projetos de vida, duas identidades individuais que, na relação amorosa, precisam conviver como uma conjunção. Precisa ser um desejo conjunto, uma história de vida conjugal, um projeto de vida do casal, uma identidade conjugal. Como ser dois sendo um? Como ser um sendo dois?All Rights Reserved
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