Ouça meu coração, Ele está chamando você, Com vontade própria, Porque você é luz! Dentro dessa imensa escuridão.
...
Aurora sempre soube que não era comum. Desde criança, os sinais a cercavam como sombras discretas, sempre à espreita. Havia algo em sua essência que a separava das outras pessoas: os sonhos que pareciam tão reais quanto a própria vida, a intuição que sempre a alertava sobre perigos antes que eles surgissem, e uma luz dentro de si que parecia maior do que podia compreender.
Mas, por mais que sua vida fosse repleta de mistérios, Aurora aprendeu a seguir em frente. Ela enfrentou perdas que a marcaram profundamente, sentindo o peso de uma solidão inexplicável, como se estivesse esperando algo ou alguém que nunca chegava. Tentou se adaptar, tentou esconder sua diferença em meio à normalidade, mas no fundo, sabia que não pertencia completamente ao mundo em que vivia.
Até que a noite caiu como uma cortina pesada sobre sua existência. Um momento específico, um chamado sutil que veio na forma de sussurros no vento, a guiou a um ponto onde tudo começou a mudar. Foi ali que ela viu o desconhecido pela primeira vez: um lampejo de luz em seus próprios olhos, um vislumbre de sua verdadeira essência.
E então, ele apareceu. Não como um salvador, mas como alguém que parecia entender. César, com seu olhar penetrante e seu silêncio carregado de significado, era a peça que faltava para desvendar o quebra-cabeça que era sua vida. Aurora não sabia quem ele era ou o que queria, mas naquele momento, ao encontrar seus olhos, ela sentiu uma certeza inquietante: ele seria sua salvação.