Aquela escola sempre foi um saco, me sentia literalmente um peixe fora d’água, uma mascote sem plateia. Ninguém me enxergava, por mais que eu tentasse. Nenhuma alma viva padecia para notar a gorda balofa. Hoje, já no alto dos meus trinta e sete anos, divorciada, mãe de dois filhos, porém formada e empregada, resolvi fazer uma reflexão acerca dos meus péssimos anos na Escola Estadual Gertrudres Lima no bloco de conjugados, bem no final leste do mapa de São Paulo, um pontinho no infinito da imensidão, também conhecido como o olho do furação, ou simplesmente celeiro das beatas. No encontro mais importante da minha vida, pretendo trazer a tona meu escorraçado e empoeirado diário de memórias guardado a sete chaves, moradia dos mais terríveis segredos. Só de pensar, meu coração palpita. Quero estar bela, mostrar o quanto mudei, esfregar verdades na cara de quem um dia me humilhou. Mostrar que a gorda balofa e espinhenta também tem seus truques, e que truques. Seja bem-vinda enfim, reunião dos 20 anos, dos ex-alunos da turma de 1994 da Gertrudres Lima. Eu vou lhe usar.
DARK ROMANCE - LOVERS TO ENEMIES - SECOND CHANCE
Eu amei Kate Warren.
Amei o suficiente para matar. O suficiente para morrer com ela.
O que sobrou de mim não é humano. Eu respirei por um único motivo: destruir quem arrancou meu coração e me deixou apodrecendo dentro do meu próprio corpo.
Mas quando olhei naqueles olhos azuis, soube que eu amei uma mentira.
Agora, não há luto. Não há dor.
Ela fugiu da morte uma vez. Não fugirá de mim de novo. Porque o homem que a amava morreu com Kate naquela ponte.
O que sobrou para Arya?
O meu pior.