Pedro Uliana é o Robinson Crusoé dos Aparados da Serra. A "ilha de Pedro" chama-se Realengo. O filho de imigrantes italianos, - acusado injustamente de assassinato, por falsas testemunhas contratadas por Hélio Borges da Rocha, que não conseguiu conquistar Maria Helena, namorada do pobre coloninho de nova Treviso, - parte de tubarão em fuga para os campos de Bom Jesus (hoje São José dos ausentes). Ao subir a Serra do Pilão, sob a ameaça eminente de uma tempestade, refugia-se numa vasta ponta de campos que, durante a noite, se separa do "continente Gaúcho", fruto de uma avalanche provocada pela chuva torrencial. Pedro torna-se, assim, um " náufrago" dos Aparados, permanecendo preso a montanha, onde terá que viver por diversos anos solitário, como prisioneiro da montanha. Depois de 9 anos de peculiar convivência com animais que lhe fazem companhia e ao mesmo tempo o ajudam na subsistência, bem como, a superar as agruras do inverno, Pedro desce a montanha no dia 13 de Maio de 1917, vestido em peles de animais, com um papagaio no ombro e um "tesouro" às costas, reencontrando seus familiares e tornando-se, em definitivo, prisioneiro do amor de sua amada Maria Helena.