BLUAHE

Eu não existia, não em minha forma física ou em tons belos, mas eu não era visto por esses milhões de corações apressados para me notar ali. Aquele povo tão antigo, cheio de seus deuses e odisseias, não me enxergavam como alguém digno de ter um nome. Então comigo pensei... serei eu apenas mais uma cor sem importância para esse arco-íris sem fim?
Mas tu chegou, cheio de seu brilho sem fim. Ligado a toda a criatividade do mundo e a delicadeza da sua junção te fez forte, Roxo, e eu era tão pequeno comparado a tua magnitude. Ao meu lado, tu me olhaste com curiosidade e perguntaste meu nome com interesse. Eu sem saber o que contar, então respondi que eu estava apenas vazio.
Tu riu, Roxo, e disse que eu não sabia a importância da minha existência. Mas eu realmente gostaria de saber, o que eu era importante? Na natureza não havia muitas coisas com a minha cor e o céu não era sobre meu tom e, sim, sobre meu reflexo em si. Eu na realidade era mais uma farsa montada que ninguém quis dar um nome. Porém, olhando para mim com toda a sua intensidade, tu me deste um nome.
Azul, foi o que saiu de seus tons, a cor desconhecida e rara na natureza tão frágil. Um pigmento delicado de se chegar e que traz paz ao ser visto com os olhos serenos. Eu era assim e por ser dessa forma que sua cor permanecia.
"Eu existo porque tu me fizeste ser real, então, sim, você é mais verdadeiro que todo o oceano calmo."
Eu tinha um nome ou um significado que não sabia entender dentro de meus tons desconhecidos. Mas isso foi até te encontrar, Roxo. Então dentre todas as uniões que eu poderia desejar as paletas de cores, eu pedi que nós nos fizéssemos um só. Tu com sua criatividade e amor junto a minha precariedade e silêncio, iríamos atrás de quem se esqueceu de gritar nesse vácuo profundo.

Iríamos nos fazer real dentre as faltas de perspectivas!

[ Capa por: @MOONROSE_25 ]