A imperatriz - os amaldiçoados

Ela ergueu suas mãos manchadas de sangue, observando como cada gota parecia formar um desenho completo. O som repetitivo da ambulância preencheu seu cérebro enquanto os socorristas se aproximavam do corpo caído e começavam os procedimentos de primeiros socorros, mesmo que fosse óbvio que era tarde demais. O que costumava ser uma pessoa teve a cabeça completamente dilacerada, como se algo tivesse rachado a mesma de dentro para fora. Um assassinato brutal.
Amber ergueu as mãos até a cabeça, deslizando os dedos pelos detalhes de sua coroa, sem qualquer expressão no rosto. Não havia caos, culpa ou felicidade. Somente o vazio absoluto. Todos ali pareciam ignorar sua presença, como se não houvesse uma garota manchada de sangue logo a frente daquele corpo, encarando a cena sem qualquer motivação.
A Imperatriz fechou os olhos e deixou que a brisa de verão a levasse, dissolvendo seu corpo no ar como minúsculas partículas. Sua última lembrança foi de ouvir o som da ambulância se afastando, a levando embora de mais uma simulação. A garota abriu os olhos, incomodada pela luz forte contra seu rosto. Todos permaneceram em silêncio absoluto até a voz usual se pronunciar:
- Parabéns, vermelho. Simulação concluída com sucesso.