Pércio Farias narra neste belo livro que recebeu o título de “Inquietude”,
as angústias humanas entre a vida e a morte, repletas de muito amor, fantasias,
milagres e conflitos. Em “Inquietude” Pércio Farias mostra a sua grande
preocupação pelo social, um problema que até hoje persiste na sociedade,
brasileira e muito difícil de ser corrigido. As narrativas no livro
“Inquietude” ocorrem principalmente em uma pequena cidade imaginária chamada
Andradina, situada no sul do Brasil, nas nascentes do rio Ivaí. Os leitores de
“Inquietude” poderão mergulhar num nirvana psicanalítico dos personagens: Alberto,
Alice, Clara, Mário, Ana, Alzira, Silvino e Luiza. Além dos anseisos, angustias
e desejos dos personagens, Pércio Farias faz um paradigma da questão agrária
num país de dimensões continentais, onde a má distribuição de terras gera conflitos
constantes entre latifundiários e os sem terras. Pércio Farias, apesar de sua
formação na área de química, uma ciência exata, consegue captar de uma forma literária
estes complexos conflitos das relaçãoes humanas entre os vários personagens
criados pelo autor em “Inquietude”. O romance entre Clara filha de uma família
de acampados sem terras e Mário filho de ricos latifundiários mostra que as dificuldades
e conflitos de relação entre pessoas bem diferentes são possíveis de serem
resolvidos através do amor, cultura e da religiosidade. Pércio Farias, então em
“Inquietude”, nos faz megulhar fundo na história, na arrogância, nos sonhos,
conflitos e no amor dos personagens do livro, assim como nos milagres de Fátima.
Como filho do autor, me senti bastante honrado de saber que meu pai mesmo sendo
um químico de uma ciência exata foi capaz de transpor todo seu lado humano para
uma obra literária.