Tem dias que eu não lembro nem o que eu almocei. Quem dirá relembrar de todos os momentos de euforia ou angústia que fizeram parte do que eu sou. Mas eu sempre admirei a ideia de criar museus. De eternizar no fundo de cada alma aquilo que já não dói mais, mas repulsa. Entorpece por mais uns 5 minutos de reflexão e quando a gente quiser lembrar e sentir, visita de novo. A gente controla, a gente escolhe visitar. Esse é o meu museu. Um museu de alma, um museu de passado que aclara o presente. O museu do pensamento é a biblioteca. E isso não é um auto-ajuda, porque se ele fosse, te levaria ao fundo do poço e te jogaria ambas as partes da corda, sem mesmo pensar em te salvar. Porque ninguém me salvou. Isso é a propensão de um dia você ter se sentido. Sentido como singular, sem mesmo olhar para o lado para checar se alguém viria. No tráfego das consciências também existem impactos. Talvez não como o choque entre dois para-choques, mas dentre espíritos que se lesionam dentro de suas próprias caixas. É o dinamismo do viver & significar. E existem tantos símbolos, tantos significados. Tantas descritivas. Vale a pena eternizar aquilo que mais nos torna quem nós somos: nossas ciências e nossa sensibilidade. E ser sensível não é sinônimo de fragilidade. É a aptidão de receber os estímulos da presença da vida e seu vigor. Afável, Lauryn.