Coisas a serem resolvidas nunca parecem acabar. É preciso dedicar tardes para todas as cartas de negócios que Bas recebe, todos os convites, que parecem nunca terminar. "Caro Sebastian Van de Berg." "Excelentíssimo Sebastian Van de Berg." "Querido filho, Seb." De todas essas formas que existem para se começar uma carta, a que mais desejaria ler, era a última. "Querido filho". Mas sei que nunca a lerei com meu nome. Pego outra carta da bandeja, sem ao menos olhar o que estou fazendo. E a consequência disso se torna um corte, feito pela fina faca, na ponta do dedo indicador. Apreensiva pela dor, olho rapidamente a carta. Para: Evi Van der Berg. Sorrio. Quem, afinal, me mandaria uma carta? Ansiosa, observo mais atentamente a carta, esquecendo do dedo. O papel do envelope, grosso, parece ser reutilizado, com ilustrações de estrelas e mapas. Estrelas e mapas? Leio o remetente, e meu coração dispara. De: Evert De Witte. O sangue mancha. A lágrima espalha. Água e sangue. Vermelho e branco. E algo que nasce de um amor carmesim. Morre em um papel branco.