E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são grilhões; quem agradar a Deus escapará dela; mas o pecador virá a ser preso por ela. -Eclesiastes 7:26 Diferente do que a modernidade, imunda, mórbida e misogina nos faz pensar, houve um tempo em que Deus era uma mulher. Ishtar, Nekhbet, Hécate, Kali,Lilith, Afrodite, Mawu, Jaci, Chandra, Cibele, Atargatis, Hebat, Durga, Estanatlahi... Tantas mais que foram esquecidas, esquecidas pelo homem, mas certamente não pela mulher. Não quando dentro de nossos corações ainda somos capazes de queimar piras de um amor fervente e puro. O homem não é capaz de amar dessa forma, ter o espírito tomado e as mãos moles de medo, falta neles, algo que a Deusa mãe foi capaz de colocar dentro de suas filhas. Por muitos nomes ela já tinha atendido pela eternidade, e ela sabia que por muitos mais atenderia ainda. Caminha ainda sobre a terra a fúria de mulheres queimadas, mulheres desprezadas e as esquecidas, elas todas se concentram em uma mesma linhagem, uma raça, mulheres inteiras, não mulheres retiradas de dentro de homens, uma existência única à sombra de uma humanidade podre. A força e o poder que corre em suas veias é capaz de assustar o mais forte dos homens, e reduzi-lo a cinzas, mas para algumas delas, a única coisa mais inconveniente que a morte, é a vida. Dizem que nem o inferno guarda tanto ressentimento quanto uma mulher rejeitada, mas você não sabe o que é o inferno de verdade até conhecer uma mulher inteira, uma mulher que destila grilhões e vive uma vingança contra o mundo, uma vingança em honra de sua Deusa esquecida e torturada. Yasmim Lepique, historia original. 18+ (plagio é cringe)
9 parts